segunda-feira, 19 de setembro de 2016

AÇU OU ASSU EM 1972


Jornal do Brasil
Rio,  4 de abril de 1972

Em "Carta do Leitor" F. Rodrigues Alves - Rio

Ortografia

"Agora, com o Prof. Antônio Houaiss na supervisão dos trabalhos que vão introduzir alterações na ortografia, passou-se a ter confiança numa solução racional e prática do problema que tem sido a "dor de cabeça" de todos os brasileiros.

A Lei que determina aquelas alterações também determina que a Academia Brasileira de Letras promova, no prazo de dois anos, a atualização do vocabulário comum, a organização do vocabulário onomástico e a reedição do Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, ainda na lª edição de 1943.

Com isso, teremos o Vocabulário Onomástico da língua Portuguesa e, possivelmente, o Dicionário Geográfico e Toponímico Brasileiro, que teria sido organizado pelo Conselho Nacional de Geografia, conforme as normas fixadas pela Resolução 36, de 18 de abril de 1939.

Sem essas providências, ficaremos na eterna dúvida da grafia de certos nomes próprios de pessoas, ou de lugares. Dai, Moçoró e Mossoró, Maçangana e Massangana, Piraçununga e Pirassununga, Tejipló e Tegipló, Messejana c Mecejana, Bajé e Bagé, Majé e Magé. Moji das Cruzes e Mogi das Cruzes, Caxambi e Cachambi, Vietnã, Vietname e Vietnam, Açu e Assu,  Serjipe e Sergipe. E Iperoig? Ficará com a forma tradicional, ou ganhará a forma Iperoí, com o Prof. Mansur Guérios, Iperui, com o Pe. Augusto Magne, ou Iperoigue, com o Prof. Clóvis Monteiro, em seus Esboços de História Literária, p. 49?

Em tudo Isso, está o problema dos "topônimos tradicionais", que levou o IBGE, em face de reclamações, a manter a "grafia local", em muitos casos.

Aguardemos, portanto, os estudos e conclusões dos competentes, no assunto. Ou, como diz o Prof. Antônio Soares, do Ceará, "dos que têm voto na matéria."

(Fonte: http://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1972_00306.pdf)

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