quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A pobreza pode sucumbir

TERRAMÉRICA – A pobreza pode sucumbir
por Fabíola Ortiz*

As produções agrícolas de pequena escala, como esta do Brasil, também são motor de desenvolvimento no Mercosul. 

A agricultura caminha para ser uma atividade de primeira linha no Sul da América, graças à crescente demanda mundial por alimentos, segundo especialistas da região. Rio de Janeiro, Brasil, 29 de outubro de 2012 (Terramérica).- O desenvolvimento da agricultura, associado à aplicação de inovações tecnológicas, servirá para que a América Latina deixe de ser a região mais desigual do mundo, e beneficiará especialmente o Cone Sul, uma das maiores reservas alimentares da humanidade. “Olha-se para o Cone Sul com muito interesse como reserva alimentar, mas ainda não podemos saber com precisão até onde chega o potencial de nossa região” nesse sentido, disse ao Terramérica o secretário executivo do Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico, Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (Procisur), Emilio Ruz.

Na última década, a população mundial aumentou em mais de um bilhão de pessoas, destacou Ruz. Com o crescimento demográfico, a demanda por alimentos também disparou, bem como a consequente necessidade de geração de energia. “Há um futuro muito estimulante para o Cone Sul americano, porque a agricultura será, pela primeira vez, uma atividade de primeira linha graças à crescente demanda por alimentos. Antes, era apenas a prima pobre da economia”, acrescentou.A atividade rural é capaz hoje de oferecer condições para melhorar a qualidade de vida dos que trabalham e habitam no campo, assegurou Ruz, que na qualidade de representante do Procisur participa da Segunda Conferência Mundial sobre Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento, que acontece entre 29 de outubro e 1º de novembro, na cidade uruguaia de Punta del Este. O encontro reúne especialistas, técnicos, autoridades e protagonistas do setor, e é organizado pelo Fórum Mundial sobre Pesquisa Agrícola, em colaboração com o Consórcio CGIAR.

Para Ruz, “ainda há uma parte que cabe aos setores políticos, que tomam as decisões, para que essas melhoras se concretizem”. Além disso, e devido aos grandes investimentos, o setor rural na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai é uma ferramenta para a redução da pobreza, ressaltou. Quanto à Europa, tem ocupadas suas áreas agrícolas, enquanto os países asiáticos também apresentam terras praticamente saturadas para o cultivo, além de estarem expostas a constantes desastres naturais.“Então, resta uma parte da África subsaariana com um potencial importante, e o Cone Sul da América, que ainda possui áreas para poder expandir sua agricultura ou iniciar um processo de intensificação do uso sustentável do solo. Isto é, conta com um espaço para melhorar a produtividade”, disse Ruz. Os países fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) ainda oferecem áreas com alto potencial para a produção de alimentos, afirmou.

As possibilidades de crescimento do setor agrícola no Cone Sul são muito grandes e aumentarão nas próximas três ou quatro décadas, prevê o pesquisador brasileiro Sérgio Salles Filho, do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele trabalha há 12 anos em associação com o Procisur e nos últimos tempos contribuiu com Ruz no estudo Possíveis Cenários para a Pesquisa, a Inovação e o Desenvolvimento nos Países do Cone Sul.

O estudo, que será apresentado no fórum de Punta del Este, buscou traçar o futuro e a tendência da agricultura nos países da região, conhecer o potencial das reservas de alimentos, a evolução das populações rurais e quais são as possíveis vias de desenvolvimento do setor. Países como os do Mercosul, Bolívia e Chile têm na agricultura uma atividade econômica fundamental ao abastecerem os mercados europeus e asiáticos, afirmou Salles Filho ao Terramérica.

A segurança alimentar e a produção agrícola mais sustentável devem passar pela incorporação de inovação tecnológica nas áreas rurais, observou o pesquisador. Atualmente, a região já se tornou um atrativo para esse tipo de investimento. As inovações tecnológicas ocorrem na medida em que avançam as condições econômicas e de mercado, explicou Ruz, e “é evidente que há um processo de inovação na agricultura”, acrescentou.

As áreas rurais atravessam uma transformação em busca de uma “agricultura de precisão” e mais inteligente, que seja capaz de empregar máquinas de última geração, manter um sistema de armazenamento e logística, além de aplicar insumos de acordo com a especificidade de cada terra e utilizar de forma mais eficiente os recursos ambientais. Para conseguir isto, “temos que fazer com que a tecnologia, o uso do solo, das máquinas e das telecomunicações, bem como a biotecnologia conversem entre si”, ressaltou Ruz. O secretário executivo do Procisur admitiu que ainda é um desafio compatibilizar a produção agrícola 

e a sustentabilidade, bem como aliar a preservação ambiental com a segurança alimentar. Porém, afirmou que esta compatibilidade “é real”, e enfatizou que “é perfeitamente possível intensificar, otimizar e fazer um uso muito eficiente dos recursos, com alto conhecimento ecológico e mantendo o equilíbrio sem causar uma deterioração muito grande do meio ambiente”.

Entretanto, para que seja viável, é preciso ter contextos institucionais. “Precisa haver uma regulação sobre como manejar estes temas controversos”, opinou Ruz. Também alertou que “os governos devem se preparar cientificamente, com o máximo de informação, e o uso da tecnologia deve ter um apoio técnico, regulatório, sem causar nenhum dano à saúde humana, ao meio ambiente ou à economia dos países”.

Por sua vez, Salles Filho, otimista, vislumbra “uma drástica redução da pobreza graças ao aumento da produção em grande escala, em paralelo ao dinamismo que adquirirá a pequena atividade agrícola profissionalizada e focada em nichos específicos, como a uva e o vinho no Chile, Uruguai e Argentina, e uma pecuária especializada nestes dois últimos países”. Envolverde/Terramérica
* A autora é correspondente da IPS.

Fonte: http://envolverde.com.br/terramerica/terramerica-a-pobreza-pode-sucumbir/

subsídios ao algodão


Brasil pressiona EUA para remover subsídios ao algodão até 2013
Pablo Uchoa
Da BBC Brasil em Washington

Americanos pediram prazo para negociar mudanças na política de incentivos no Congresso.

O Brasil está pressionando os Estados Unidos para que removam, até o fim do ano ou o mais tardar no início do ano que vem, os seus subsídios ao algodão presentes na lei agrícola, que está sendo discutida no Congresso americano.O embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, se reuniu em Washington com representantes dos departamentos de Agricultura e Comércio Exterior dos EUA e apresentou as partes que o Brasil considera mais problemáticas nos programas de ajuda aos produtores.

Em um evento na capital americana nesta quinta-feira, o embaixador não quis revelar exatamente os itens que foram discutidos e disse apenas que as conclusões foram tiradas de modelos econométricos executados pelo Brasil. Ele enfatizou que a conversa foi "qualitativa" e que o Brasil não está querendo fazer um "microgerenciamento” da lei agrícola americana. Mas disse que "neste momento, estamos prontos para discutir questões específicas, tão específicas quanto for necessário".

A formulação da nova lei agrícola americana é de soberania do Congresso, mas pesando sobre a cabeça dos legisladores está uma ameaça de retaliação por parte do Brasil, autorizada em 2009 pela OMC.
Em uma decisão rara, a OMC julgou que as retaliações no valor de US$ 829 milhões podem atingir produtos não só agrícolas, mas bens de outros setores e propriedade intelectual.
Mas a ação está suspensa desde 2010 por conta de um memorando de entendimento entre os dois países.
Pelo acordo, os EUA pagam US$ 147,3 milhões anuais ao Brasil – que reinveste parte do dinheiro em projetos de algodão na África – e as sanções ficam postergadas até que os americanos cheguem a uma fórmula para sua nova legislação agrícola.

Incertezas
Entretanto, o Congresso não consegue chegar a uma fórmula para a lei, que deveria ter começado a valer no fim de setembro. As duas principais propostas em tramitação, da Câmara e do Senado, ainda mantém distorções consideradas pelo Brasil “grandes demais”, inclusive maiores que no cenário atual.
Durante as suas gestões em Washington, Roberto Azevêdo brasileiro transmitiu aos colegas americanos que o Brasil não rejeita a estrutura do programa de ajuda americano – os empréstimos subsidiados ou os programas de seguro de colheita, por exemplo.

“O que me deixa perplexo é o grau de incerteza”, queixou-se o representante brasileiro. A nova lei, disse, “poderia acontecer em algumas semanas ou levar meses. E eu não quero dizer um ou dois, mas muitos”. “Negocio há muitos anos e nunca estive em negociações como estas, em que você não sabe com quem 
negociar”, desabafou.

Sanções
O memorando de entendimento entre Brasil e EUA não estabelece uma data para expirar. O acordo é válido “no curto prazo”, sendo este prazo algo que as duas partes preferiram não definir.Se nenhuma solução for alcançada até o início de 2013, o embaixador disse que “não tem instruções” sobre como agir.

A uma plateia de associações de empresários do setor e legisladores americanos nesta quinta-feira, o embaixador disse que o país não deseja aplicar sanções, mas pode acabar ficando sem opções. “Desde o primeiro dia, dissemos que não queremos aplicar retaliações. Não é a tradição brasileira, não é algo que o setor privado quer, não é algo que o governo quer. Ninguém quer”, afirmou. “Ninguém está pedindo isso, mas essa é a única solução, o que vamos fazer? É a única maneira de passar a mensagem de que nos preocupamos com o sistema (de solução de controvérsias da OMC) e com nossos setores que estão sendo prejudicados.”

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121025_algodao_eua_brasil_pu.shtml

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Gestão de resíduos sólidos


Gestão de resíduos sólidos, um desafio para os novos prefeitos
Reinaldo Canto

Terminada a última etapa das eleições municipais, é chegada a hora de os novos prefeitos interromperem as comemorações e começar a agir para atender as expectativas de seus eleitores. Entre os inúmeros desafios que estarão à frente da administração das cerca de 5.600 cidades brasileiras está a gestão dos resíduos. Como veremos mais à frente são poucos os municípios que encaram esse problema com a urgência e relevância que o assunto faz por merecer.

Ninguém é capaz de negar a importância de termos uma gestão mais correta e eficiente dos resíduos como a estabelecida na proposta da Política Nacional de Resíduos Sólidos- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Também é muito difícil desconsiderar os enormes obstáculos para se conseguir a sua efetiva implementação.

Para começo de conversa com a nova Lei de Resíduos Sólidos, o lixo deixa de ser lixo para virar resíduo.  E, esse tal resíduo, deverá ter um destino muito mais nobre que o pobre lixo jogado por aí, sem qualquer serventia. Resíduo é material valioso para ser usado novamente na cadeia produtiva, pronto para ser reaproveitado, reutilizado, reciclado e não mais descartado.  Do plebeu lixo para o nobre resíduo. Do imprestável para se transformar em insumo essencial.

Sabe aquele catador de lixo, em sua maioria, subempregado e trabalhando em condições no mínimo pouco favoráveis? Pois esses profissionais irão receber o valor que merecem quando a lei estiver plenamente em vigor. Eles serão reconhecidos pelo serviço essencial que exercem para toda a sociedade e para a manutenção de um meio ambiente mais saudável.

A lei também determina, como uma de suas premissas mais importantes, a responsabilidade compartilhada, ou seja, será preciso a participação de todos para o alcance de seus objetivos. Setores público e privado, sociedade civil, cidadãos e como citado acima, dos catadores de material reciclável (notem que não mais os chamamos de catadores de lixo) necessariamente vão ter de fazer parte da mesma equação. Dependerá dessa união o sucesso ou o fracasso da lei.

Portanto, no bojo da Política de Resíduos Sólidos, estão propostas pequenas e virtuosas revoluções capazes de trazer enormes quebras de paradigma e grandes alterações no comportamento social.

Obviamente, se existem tantas novas situações por assim dizer, não se devem imaginar facilidades na sua efetiva implantação em qualquer área.

Despreparo nos municípios

Hora de falarmos novamente nas Prefeituras e de seus novos ocupantes ou daqueles reeleitos para um novo mandato.

A lei previa para o começo de agosto deste ano a entrega, por todos os municípios do país, de seus planos de gestão de resíduos.  Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por volta de 560 municípios, ou 10% do total das cidades brasileiras, concluíram e entregaram esses planos. Os municípios que perderam o prazo não terão direito a receber recursos federais e renovar novos contratos com a esfera federal para o setor. Essa questão ficou, portanto, para as novas administrações.

A baixa adesão das cidades pode parecer simples descaso, mas conforme pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) com cerca de 400 municípios, o problema se deve muito à falta de pessoal qualificado para atender aos requisitos previstos na lei. Afinal, para quem achava que para cuidar do lixo bastava um terreno grande para o seu envio e descarte, a lei veio para colocar ordem e mudar um cenário cada vez mais criminoso e urgente.  O lançamento indiscriminado de materiais perigosos e contaminantes sem cuidado ou tratamento compromete o futuro e a saúde das pessoas, entre os seus principais e nefastos resultados.

O fim dos lixões até 2014 em todas as cidades brasileiras, será uma tarefa com enormes dificuldades em se tornar realidade, se a maioria das cidades permanecerem distantes dessa discussão. No lugar dos lixões, os resíduos só poderão ser enviados para aterros sanitários. Mas a realidade atual, segundo o Ministério do Meio Ambiente, é a de que ainda existem mais de 3 mil lixões no Brasil sendo que nada menos de que 60% dos municípios do país despejam lá seus resíduos.

A união faz a força

Em recente workshop realizado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), no Rio de Janeiro, diversos especialistas apontaram a necessidade de se unirem esforços entre o setor privado e os municípios para que a lei alcance os efeitos desejados. Capacitar gestores, realizar um trabalho integrado de educação e conscientização ambiental, garantir incentivos fiscais e justiça tributária para a cadeia de recicláveis são algumas das tarefas a serem trabalhadas em conjunto. Nesse último item, Mauricio Sellos, coordenador do Programa Jogue Limpo que realiza a logística reversa na cadeia de lubrificantes, apontou durante o workshop carioca, o apoio à indústria de reciclagem como urgente e fundamental. “São necessários incentivos fiscais para a cadeia, para quem faz a logística, para quem recicla e para quem consome o material reciclável, do contrário, poderemos ter um volume grande de material reciclado, mas não ter sua utilização” afirmou Mauricio.

Para as cidades médias e pequenas, os especialistas apontam a formação de consórcios como um bom caminho para a gestão dos resíduos.  Assim, as administrações municipais podem unir esforços para a montagem de seus planos, reduzem seus custos, aumentam a escala na coleta de resíduos e garantem melhores contratos com as empresas do setor, entre outros benefícios.

Camilla Passarela Bortoletto, da Abrelpe, apontou que um dos maiores gargalos na gestão de resíduos é o conhecimento técnico sobre o assunto. A ausência de cultura de separação é outro fator complicador na gestão de resíduos.

O Brasil produz 220 mil toneladas de lixo domiciliar, o que representa mais de um quilo por pessoa. Ao menos 90% de todo esse material poderia ser reaproveitado, reutilizado ou reciclado. Apenas 1% acaba sendo aproveitado para ter um destino mais nobre do que o de se degradar e contaminar o nosso ambiente. Mesmo assim, mais de um milhão de pessoas trabalham e sobrevivem da reciclagem desse lixo. Os especialistas calculam que o Brasil deixa de ganhar ao menos R$ 8 bilhões por ano ao não reciclar toda essa grande quantidade de resíduos gerados no país.

E o lixo continua a aumentar

De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a quantidade de resíduos sólidos gerados no Brasil em 2011 totalizou 61,9 milhões de toneladas, 1,8% a mais do que no ano anterior. Do total coletado, 42% do lixo acabaram em local inadequado.

O crescimento na “produção” desses resíduos de 2010 para 2011 foi duas vezes maior do que o aumento da população, que ficou em torno de 0,9% no período.

O estudo revela também que, em 2011, foram coletados 55,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Sendo que 42% desses resíduos foram parar em locais inadequados como lixões e aterros controlados. E, ainda pior, cerca de 10% de tudo o que é gerado acaba tendo destino ainda pior em terrenos baldios, córregos, lagos e praças.

Uma política para chamar de nossa

A PNRS talvez seja uma das primeiras iniciativas que finalmente, enxerguem o mundo como ele é, ou seja, redondo e finito! Afinal como podemos viver e consumir imaginando que tudo, matérias-primas renováveis ou não, possam ser utilizadas sem qualquer controle ou parcimônia, e depois “jogadas fora”! Apesar de óbvios, foi preciso surgir situações críticas na capacidade de armazenar lixo; casos gritantes de contaminação de solo e água e a ocorrência de sérios problemas de saúde pública.  Isso tudo acompanhado de estudos apontando a redução substancial e mesmo o esgotamento de reservas de matérias-primas estratégicas, para concluirmos que esse estado de coisas não poderia continuar do jeito que estava.

As cidades, as pessoas e o futuro comum  

Toda a sociedade, mas às administrações públicas particularmente, caberá também a tarefa de levar as informações sobre a lei de resíduos para todos os seus cidadãos.

Hoje, se os setores público e privado avançam vagarosamente no conhecimento e na aplicação da lei, o mais grave em todo esse processo está no desconhecimento dos brasileiros quanto à discussão dessa nova e revolucionária política. Sem a participação do consumidor essa equação não fecha! O cidadão é parte integrante e determinante para a viabilização de todo o projeto.

É, portanto, fundamental que as novas prefeituras façam todos os esforços a seu alcance para levar às pessoas, informações sobre os objetivos da nova política e os deveres e direitos nela embutidos.

O poder público pode e deve contribuir, por meio da autoridade que lhe foi investida pela população, para promover parcerias com todos os setores da sociedade na implantação de projetos de educação ambiental em escolas e empresas, acompanhadas de campanhas de esclarecimento, com o apoio e o engajamento vital da mídia local. Tais ações vão contribuir substancialmente para reduzir o abismo informativo entre a lei e a população brasileira.

Fonte: Revista Carta Capital, http://www.cartacapital.com.br/sociedade/gestao-de-residuos-solidos-um-desafio-para-os-novos-prefeitos/

domingo, 28 de outubro de 2012

Pesquisadores encontram planeta vizinho da Terra

Concepção artística do planeta descoberto em Alpha Centauri 


Pesquisadores encontram
planeta vizinho da Terra

É provavelmente a notícia mais esperada desde que o primeiro planeta fora do Sistema Solar foi descoberto, em meados dos anos 1990. Finalmente foi encontrado um planeta que tem praticamente a mesma massa da Terra.

E a grande surpresa: ele fica ao redor de Alfa Centauri, o conjunto estelar mais próximo do Sol.

Diz-se conjunto porque trata-se de um sistema trinário, ou seja, com três estrelas. O planeta, com 1,13 vez a massa da Terra, está orbitando Alfa Centauri B, ligeiramente menor e mais fria do que nossa estrela-mãe.

A má notícia é que esse mundo recém-descoberto não pode abrigar vida. Girando em torno de sua estrela uma vez a cada 3,2 dias (imagine um ano que dura três dias!), ele está muito perto do astro --deve ser um inferno. Em compensação, o achado coroa uma longa busca por planetas em torno desse sistema próximo, localizado a 4,3 anos-luz de distância.

"É perto o suficiente para que os engenheiros pelo menos comecem a pensar numa forma de mandar uma sonda até lá", diz Eduardo Janot Pacheco, astrônomo do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP) que trabalha com planetas extrassolares, mas não esteve envolvido na atual pesquisa.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

domingo, 21 de outubro de 2012

biocombustíveis feitos de resíduos


Comissão Europeia quer estimular biocombustíveis feitos de resíduos

UE vai ao encontro das exigências dos ambientalistas e propõe priorizar os resíduos em detrimento dos grãos na produção de biocombustíveis.

Em 2009, a Comissão Europeia impôs aos países-membros da União Europeia (UE) a meta de chegar a 10% de energias renováveis no setor dos transportes até 2020. A medida tinha dois objetivos: reduzir a dependência dos caros combustíveis fósseis e também a emissão de gases do efeito estufa.
Essa meta continua valendo, mas com uma alteração: os incentivos não serão mais dados ao biocombustível obtido de grãos, mas de resíduos. A Comissão reage, assim, à frequente crítica de ambientalistas de que a produção de biocombustíveis está concorrendo com a produção de alimentos.
Nos últimos anos, os preços de alguns alimentos subiram de forma acentuada em todo o mundo, o que vem sendo atribuído, ao menos em parte, ao crescente uso de biocombustíveis. E, em alguns países em desenvolvimento e emergentes, florestas estão sendo derrubadas para se obter novas áreas agrícolas, destinadas ao cultivo de alimentos, pois os espaços existentes estão sendo ocupados com a produção de combustíveis.
Alguns países se especializaram na produção de plantas usadas na fabricação de biocombustíveis para a Europa e os Estados Unidos e estão ganhando muito dinheiro com isso.
A luta por recursos
Os comissários europeus Günther Oettinger (Energia) e Connie Hedegaard (Proteção Climática) consideram que o modelo adotado hoje pela UE não é sustentável. "Nós reagimos [à atual situação] e propomos que a parcela de biocombustíveis obtida de grãos – trigo, colza, milho e outros – seja congelada no atual nível de cerca de 5%", diz Oettinger.
A Comissão classifica esses biocombustíveis como sendo de primeira geração. Os de segunda e terceira geração são os provenientes de resíduos, palha e algas – a cota destes deve aumentar.
Durante a apresentação da proposta, nesta quarta-feira (17/10) em Bruxelas, Hedegaard colocou a seguinte questão: "Queremos usar os limitados alimentos que temos na produção de combustível ou devemos lidar com eles de maneira cautelosa e usar outros materiais para produzir o combustível alternativo de que precisamos?"
Regulação
Os dois comissários reforçam que não se trata de destruir postos de trabalho ou investimentos feitos nos combustíveis de primeira geração. Nenhuma empresa será fechada, destacaram. Mas as subvenções nessa área vão encolher aos poucos, de modo que os investidores sejam estimulados a reorientar a aplicação de recursos.
Oettinger considera que é impossível agradar a todos: aqueles que cultivam plantas usadas na produção de energia quererem manter o atual sistema de subvenções, já organizações ambientais e de ajuda humanitária querem mudar o sistema radicalmente e logo.
Para Oettinger, a comissão optou por um meio termo, dando aos investidores segurança para planejar, novos incentivos econômicos e tempo.
De fato, a Comissão também fez concessões à indústria de biocombustíveis, na medida em que esta pode continuar classificando o uso da soja e do óleo de canola como ecológicos. Estudos mostram que a liberação de CO2 pelos combustíveis feitos a partir dessas duas matérias-primas é bem maior do que no caso de cereais e cana-de-açúcar.
As propostas da Comissão Europeia não são leis, mas apenas sugestões. Os Estados membros e o Parlamento Europeu ainda precisam aprová-las.
Autor: Christoph Hasselbach (msb)
Revisão: Alexandre Schossler
Fonte: http://www.dw.de/comiss%C3%A3o-europeia-quer-estimular-biocombust%C3%ADveis-feitos-de-res%C3%ADduos/a-16317464

sábado, 6 de outubro de 2012

MADEIRA ILEGAL


MADEIRA ILEGAL MOVIMENTA US$ 100 BI POR ANO

O comércio de madeira extraída ilegalmente na Amazônia, na África central e no sudeste Asiático movimenta de US$ 30 bilhões a US$ 100 bilhões por ano e é responsável por até 90% do desmatamento de florestas tropicais no mundo. O alerta foi feito ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Interpol, durante a divulgação do relatório Carbono Verde: Comércio Negro.

De acordo com o levantamento, de 50% a 90% da exploração madeireira nos países daquelas três regiões é realizada pelo crime organizado, respondendo por até 30% do comércio global.

A atividade, aponta o relatório, conta tanto com velhas táticas, como suborno e falsificação de licenças, quanto com tecnologias mais modernas de invasão de sites do governo. No total, foram descritas 30 formas de obtenção de madeira e “lavagem” de madeira ilegal.

Casos assim foram identificados no Brasil. Em 2008, diz o trabalho, hackers que trabalham com madeireiros ilegais no Pará conseguiram acessar as licenças de corte e transporte de madeira, possibilitando o roubo de 1,7 milhão de metros cúbicos de floresta. A história envolveu 107 empresas, que acabaram sendo processadas em US$ 1,1 bilhão.

De acordo com a Interpol, a retirada ilegal de madeira está associada também ao aumento de violência em geral, assassinatos e agressões a populações indígenas. A Polícia Internacional alerta que é necessário um esforço global coordenado para lidar com o problema.

“A exploração madeireira ilegal pode minar esse esforço, roubando as chances de um futuro sustentável de países e comunidades, caso as atividades ilícitas sejam mais rentáveis do que as atividades legais de Redd (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação)”, afirmou o diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, durante a divulgação do relatório.

Fonte: Caritas e jornal O Estado de S. Paulo

SIPAT PETROBRÁS

 SIPAT PETROBRÁS
ALTO DO RODRIGUES-RN


SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, é uma semana obrigatória pela, portaria do Ministério do Trabalho e Emprego DSST n° 8/99, na qual a empresa proporciona aos seus colaboradores momentos de informações a respeito de prevenção e conscientização quanto a segurança e acidentes no trabalho.

A Petrobrás ativo de Alto do Rodrigues-RN realizou sua competição interna de xadrez dia 19 de setembro com a participação de 4 enxadristas e arbitragem de Cleando Cortez.


CLASSIFICAÇÃO FINAL

1º Breno Bezerra


2º Márcio Leandro

3º Marcos Vinicius

4º Bruno Eduardo

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Aroeira

 Aroeira

A aroeira apresenta porte mediano chegando a atingir 10m de altura e 30cm de diâmetro, fuste linheiro, madeira dura de cor bege-roseada quando verde, e roxo escuro quando seco. A casca é castanha escura, subdividida em placas escamiformes, rica em tanino (cerca de 15%), utilizadas na indústria do curtume e na medicina popular.



As folhas, quando maduras, servem como forrageiras, e a resina exsudada dos troncos é utilizada no preparo da goma arábica. A madeira serve para obras externas, mourões, vigas, construções rurais, estacas, dormentes e carvão de elevado poder calorífico. Segundo estudos realizados pela Embrapa Semiárido, a densidade básica da madeira é superior a 0,66g/cm3, o rendimento gravimétrico de carbonização é 38,4% a 420±200C, o teor de carbono é de 72%, teor de cinza é de 4,8, obtidos por meio da análise química imediata do carvão em base seca.

Fonte: EMBRAPA

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"A ERA VAZIA"

QUE NOME DAR A ESTE TEMPO


Artigo publicado no blog do jornalista Mauro Santayana*

(*Mauro Santayana é um jornalista autodidata brasileiro. Prêmio Esso de Reportagem de 1971, fundou, na década do 1950, O Diário do Rio Doce, e trabalhou, no Brasil e no exterior, para jornais e publicações)

No mundo só há passado, e o passado cresce a cada dia, como resumiu o escritor argentino Macedônio Fernandez: hoy hay más pasado que ayer. O passado cresce, e o futuro, na vida dos homens e das nações, é uma vaga hipótese.  A morte do historiador Eric Hobsbawm, ocorrida ontem, suscita uma curiosidade: se ele vivesse mais meio século – e não sabemos como o mundo será então, se ainda houver o mundo – como ele definiria essa segunda década do milênio novo? Ele não chegou a tratar do tema, mas a sua formação marxista naturalmente o levaria a constatar, como outros pensadores do fim do século passado, que a inteligência política está se tornando escassa nestes anos.

         O neoliberalismo - essa mancebia entre o poderio militar dos Estados Unidos, os grandes bancos e a insensatez dos governantes dos maiores países do mundo - continua indestrutível e indiferente à crise que sua ganância provocou. Em Getafe, uma cidade ao sul de Madri, ontem, 15 mil pessoas fizeram fila diante de uma empresa que necessita de 150 empregados: cem candidatos por vaga. O recrutamento está sendo feito por uma empresa terceirizada, que não explica de que trabalho se trata (em uma fábrica de implementos agrícolas), não informa se o trabalho será permanente ou temporário, nem qual será a remuneração.

         O desemprego na Europa, mais grave nos países meridionais, ameaça atingir as economias  sólidas do continente. Há dias, o New York Times noticiava que famintos  buscam comida nas latas de lixo da Espanha – e, em algumas cidades, as autoridades, com preocupação sanitária, colocaram cadeados nas tampas. Mas as elites espanholas passeiam nas nuvens. Ainda agora, houve quem dissesse, em Madri, que a Cúpula Iberoamericana de Cádiz, no mês que vem, demonstrará  a “presença civilizatória da Espanha na América Latina”.

         O problema mais grave é o do desemprego. As medidas de austeridade só beneficiam os grandes credores dos Estados, que são os banqueiros. Ora, todos os dias novas revelações demonstram que as maiores instituições mundiais de crédito se tornaram quadrilhas de bandidos. Os governos nacionais anunciam – como o da Inglaterra – legislações reguladoras severas, mas não vão adiante. Enquanto isso, o Goldman Sachs continua a governar diretamente a Itália, com Mário Monti, e a administrar as finanças da União Européia, com Mario Draghi no BCE.

         Nos Estados Unidos, as eleições de novembro estão sendo disputadas polegada a polegada por Obama e Romney: desde Eisenhower, a grande nação do Norte vem sendo governada por homens menores – e Kennedy não escapa dessa definição. Para nós, da América Latina, Obama parece melhor, mas, tratando-se da Casa Branca, nunca se sabe. Em seu segundo mandato, ele poderá ser outro – e pior.

         De qualquer forma, o grande país terá que encontrar, e já, um líder como foram Andrew Jackson, Lincoln ou Roosevelt, a fim de retornar aos princípios sob os quais conduziram o sistema. Do contrário será difícil impedir o declínio, apesar de seu imenso poderio militar.

         Esse poderio, no entanto, está sendo posto à prova no Oriente Médio. Os Estados Unidos estão encontrando dificuldades em salvar a face na retirada do  Iraque e do Afeganistão, por uma simples  razão: eles já a perderam, desde que Bush decidiu invadir os dois países. Como confessou Richard Clarke, especialista em “contra-terrorismo” - desde o governo Reagan  e encarregado do planejamento das operações de combate aos muçulmanos desde o governo Clinton -, tudo começou com uma deslavada mentira. Todos sabiam que o Iraque nada tinha a ver com a Al Qaeda e menos ainda com a explosão das Torres Gêmeas. Mas era preciso mostrar o poderio americano contra o Iraque (já debilitado pelos bombardeios cotidianos, durante dez anos),  o menos despótico dos países do Oriente Médio.

         Talvez o historiador que vier a suceder Hobsbawm no futuro defina este nosso tempo como “A Era Vazia”. Mas há sinais de que a resistência da razão humanística pode vir a prevalecer. Os cidadãos começam a refletir e a ocupar as ruas das grandes cidades do mundo. O neoliberalismo globalizador tem sido contestado, desde seu início, pela lucidez de grandes pensadores, muitos deles europeus e norte-americanos. Entre eles, o próprio Hobsbawm, que nunca renegou o marxismo, mas soube repensá-lo, na análise da história e da sociedade dos homens.

(Fonte: http://www.maurosantayana.com/)

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Serra do Coqueiro 868 m

O ponto mais elevado do Rio Grande do Norte é a serra do Coqueiro com 868 metros acima do nível do mar, localizada no município de Venha Ver.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

VALE A PENA LER

 

SANTAYANA: O BRASIL 
PRECISA TER A BOMBA !
“Não sei o que é pior para o Brasil – se a suposta loucura do Darcy, ou a suposta lucidez de Fernando Henrique.”

Ainda faz sentido falar em nacionalismo ? 

Depois da globalização, das multinacionais, em pleno século XXI e no Brasil – que sentido pode ter o nacionalismo, hoje ?

O nacionalismo é a ideologia que permite articular a defesa da pátria que amamos, porque é nossa, de uma agressão.

Especialmente agora que o Brasil achou o pré-sal.

No Brasil, hoje, ser nacionalista é ser solidário com com os países da América Latina.

Como dizia Perón: o século XXI nos encontrará unidos ou dominados.

Por tudo isso, o Brasil deve ter a bomba atômica.

Por que não tem nenhuma ONG que vá à Sibéria reclamar do desmatamento ?

Porque a Rússia tem todas as bombas.

Essas são palavras do jornalista Mauro Santayana, no programa Entrevista Record Atualidade, desta segunda-feira, às 22h15, na Record News, logo após o programa do Heródoto Barbeiro.

Mauro Santayana acaba de fazer 80 anos.

Com exceção da Revista do Brasil e do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, trabalha na internet.

Ele trabalha no Jornal do Brasil online, é blogueiro, e já trabalhou na Folha, na última Hora, em Minas, foi jornalista no exílio, no México, em Cuba, na República Tcheca, e, depois, como correspondente, na Espanha, na Itália e na Alemanha.

Santayana já viu tudo. 

Ou quase tudo. E muito do que sabe deve à convivência, por muito tempo, com Tancredo Neves.

Amigo, confidente, companheiro de articulações políticas, Santayana e Tancredo eram tão próximos que, um dia, depois de ler o rascunho de um discurso escrito por Santayana e que ia ler em seguida, Tancredo disse: não sei você escreve o que eu penso ou se eu penso o que você escreve.

Santayana admite a paternidade de poucas frases de Tancredo.

Por exemplo, “não se paga a dívida externa com a fome do povo”, pronunciada nos Estados Unidos, depois de eleito.

Tancredo foi Ministro da Justiça de Vargas aos 42 anos.

Na noite do dia 23 de agosto, véspera do suicídio, Tancredo sugeriu ao Ministro da Guerra, Zenóbio da Costa, recrutar uma tropa de elite para prender os revoltosos e esconder Carlos Lacerda no interior de Minas.

O Ministro da Guerra respondeu: “seremos esmagados”.

Tancredo retrucou: Ministro, poucas pessoas tem a possibilidade de morrer por uma boa causa. Por que não aproveitamos essa ?

Santayana lembra que a última viagem de Vargas foi a Belo Horizonte

Aparentemente, para inaugurar a siderúrgica Mannesman. 

Mas, na verdade, o governador JK pretendia, com Tancredo, articular uma resistência ao Golpe, a partir de Minas.

Mas, Vargas recusou.

Em plena Guerra da Coréia, ele temia que os Estados Unidos aproveitassem a secessão para dividir o Brasil ao meio, como na Coréia.

E esse teria sido, no fundo – acredita Santayana -, o motivo por que Jango não resistiu, em 1964.

Tancredo foi Primeiro-Ministro de Jango e seu líder na Camara.

E tinha profunda admiração por Vargas.

Sobretudo por seu senso de nacionalismo.

Mas, também pela astúcia de Vargas – “Maquiavel é pinto para o sr Getúlio Vargas”, dizia Chateaubriand.

Santayana conta episódio que consta do livro de Lira Neto, “Getúlio, 1882 1930 – Dos anos de formação à conquista do poder”, da Companhia das Letras.

Na página 28, ele conta que, criança, Getúlio e um amigo, numa estrepolia, derrubaram um quadro na parede do pai, Manoel Vargas, e o espatifaram no chão.

Um quadro a óleo de Julio de Castilhos, o guia político de Manoel Vargas.

Com medo, os dois subiram num umbuzeiro e se esconderam. 

E lá ficaram, noite adentro, até esperar a fúria do pai passar.

Quando viram a mãe, dona Candoca, na porta da casa, em prantos, em busca do filho sumido, ele desceu.

E guardou uma lição para o resto da vida: “Jamais descer do umbuzeiro antes da hora”.

Com a mesma astucia, pouco antes da  posse, Tancredo incumbiu Santayana de estudar o modelo das televisões públicas européias, especialmente a alemã e a inglesa.

Quem tivesse um aparelho de televisão e quisesse ter acesso, pagava – como a BBC e a Deutsche Welle.

Tancredo estava especialmente preocupado com a degradação dos costumes de que a tevê brasileira se tornara um instrumento. 

Ele achava que as crianças não poderiam ser expostas àquilo.

Mas, ele não se preocupava com a Globo?, que o apoiou e até indicou o Ministro das Comunicações, Antonio Carlos Magalhães.

Uma coisa é ganhar a eleição, outra, governar.

Governar é pelo centro, preferia Tancredo.

Se governar pela Direita aliena a esquerda e vice-versa.

Radical, só no nacionalismo.

Governar é administrar recursos, dizia Tancredo.

Por isso, seu Ministro da Fazenda foi o sobrinho e hoje senador Francisco Dornelles.

Preciso de um Ministro da Fazenda que seja de minha estrita confiança, disse Tancredo a Santayana.

Tancredo jamais entregaria o Ministerio da Fazenda a um paulista.

Tanto assim que nomeou o aliado Olavo Setúbal, dono do Banco Itau, Ministro das Relações Exteriores e não da Fazenda.

Como disse a Santayana que, apesar das pressões de Franco Montoro, essa mão aqui, e mostrou a mão direita, jamais assinará uma nomeação de Fernando Henrique para o Ministério.

Ele disse, uma vez, depois de assistir a uma palestra de Darcy Ribeiro: não sei o que é pior para o Brasil – se a suposta loucura do Darcy, ou a suposta lucidez de Fernando Henrique.

Tancredo ia promover, depois de eleito, em agosto, uma reunião de presidentes da America do Sul para discutir o pagamento da dívida externa.

Por fim, o ansioso blogueiro perguntou se Tancredo – que se elegeu Presidente num colégio eleitoral, ao derrotar Paulo Maluf – se submeteria à eleição direta, caso a Emenda das Diretas passasse no Congresso.

Sim , disse Santayana.

Ele estava convencido da vitoria no voto direto e no que chamava “conselho” eleitoral.

Estava na hora de levar os militares até o ponto de ônibus de volta para casa, disse Tancredo, em voz baixa a Santayana.



Paulo Henrique Amorim
(http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/10/01/santayana-o-brasil-precisa-ter-a-bomba/)

Fundo Nacional de Solidariedade


Mais de 140 projetos já contam com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade
Realizada na última quinta-feira, dia 27 de setembro, a terceira reunião do Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) aprovou mais 57 experiências de todo Brasil. Ao todo, 142 projetos sociais já contam com os recursos do fundo, sendo 37 aprovados na primeira reunião e 48 na segunda.

Resultado do gesto concreto da Campanha da Fraternidade (CF), promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o FNS 2012 apóia projetos sociais em todo país, cujos trabalhos estejam relacionados com o tema da CF deste ano “Fraternidade e Saúde Pública”.

A próxima reunião do Conselho Gestor do FNS ocorre no dia 29 de novembro e a Cáritas Brasileira receberá projetos interessados em acessar o fundo até o dia 14 do mesmo mês.